Ler significa reler, compreender e interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam. Todo ponto de vista é a vista de um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é a sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação. Sendo assim, fica evidente que cada leitor é coautor.
.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Causa e consequência 2

Mais uma atividade para fixação de conjunções causais e consecutivas.  Ocorre, porém, que tais relações também podem ocorrer mesmo que os conectivos não estejam presentes. Uma leitura atenta e interpretativa, que convirja para a apreensão dos sentidos, possibilita-nos identificá-las, o que contribui para uma compreensão mais apurada do discurso, estabelecendo-se as necessárias relações entre as partes do texto para captar a sua mensagem global. 

TEXTO
O filme 
O Contador de Histórias, filme de Luiz Villaça baseado na vida do mineiro Ro­berto Carlos Ramos, é a história de como o afeto pode transformar a realidade. Caçula entre dez irmãos, Roberto desde cedo demonstra um talento especial para contar his­tórias, transformando, com a narrativa, suas próprias experiências de frustração em fábulas cativantes. Aos 6 anos, o menino cheio de imaginação é deixado pela mãe em uma entidade assistencial recém-criada pelo governo. Ela acredita estar, assim, garan­tindo um futuro melhor para seu filho. A realidade na instituição é diferente do que se promovia pela propaganda na TV e Roberto, aos poucos, perde a esperança. Aos treze anos, após incontáveis fugas, ele é classificado como irrecuperável, nas palavras da diretora da entidade. Contudo, para a pedagoga francesa Margherit Duvas (Maria de Medeiros), que vem ao Brasil para o desenvolvimento de uma pesquisa, Roberto representa um desafio. Determinada a fazer do menino o objeto de seu estudo, tenta se aproximar dele. O garoto em princípio reluta, mas, depois de uma experiência trau­mática, procura abrigo na casa de Margherit. O que surge entre os dois é uma relação de amizade e ternura, que porá em xeque a descrença de Roberto em seu futuro e desafiará Margherit a manter suas convicções. 
Disponível em: http://www.robertocarloscontahistoria.com/olhada.asp. Acesso em: 21 mar. 2013.

 
CAUSA
(       )Caçula entre dez irmãos, Roberto desde cedo demonstra um talento especial para contar histórias.
(       )Aos treze anos, após incontáveis fugas.
(       )Margherit Duvas quer fazer do meni­no o objeto de seu estudo.
(       )Aos 6 anos, o menino cheio de ima­ginação é deixado pela mãe em uma entidade assistencial recém- criada pelo governo.

CONSEQUÊNCIA
(       )Roberto, aos poucos, perde a esperança.
(       )Ele é classificado como irrecuperável, nas palavras da diretora da entidade
(       )Ele é classificado como irrecuperável, nas palavras da diretora da entidade
(       )Transforma, com a narrativa, suas pró­prias experiências de frustração em fábu­las cativantes.

Causa e consequência

ATIVIDADE 1 

Una as informações 1 e 2, presentes nos quadros a seguir, estabelecendo entre elas relação de CAUSA E CONSEQUÊNCIA por meio das conjunções e locuções conjuntivas pedidas. 

a. Principais conjunções e locuções conjuntivas causais: porque – como – vis­to que – uma vez que – já que. 

1. O ser humano continua a amar. 
2. O ser humano acredita na sinceridade do amor.  
  
1. Algumas pessoas fazem escolhas das quais se arrependem mais tarde. 
2. Algumas pessoas não sabem diferenciar o certo do errado.  
  
1. Crianças e adolescentes precisam investir em seus estudos. 
2. O mundo globalizado exige profissionais cada vez mais capacitados.  

b. Principais conjunções e locuções conjuntivas consecutivas: que (reforçado por tão, tanto, tal) – de sorte que – de modo (ou maneira) que – de forma que.

1. A amizade é um sentimento importante para o ser humano.
2. Ninguém consegue viver completamente feliz sem amigos.  
  
1. Choveu no mês de março.
2. Houve muitos deslizamentos.  
  
1. A chamada geração digital é fascinada pela tecnologia da computação.
2. A chamada geração digital passa horas em frente ao computador.  

Complete os esquemas com a CAUSA e a CONSEQUÊNCIA presentes nos textos a seguir abaixo:
a. “Não quero ser pessimista, mas, como ficamos buscando soluções mágicas para situações pontuais, a obesidade segue aumentando e a lei de Darwin, que seleciona os mais aptos ao meio ambiente, vai fazendo o seu trabalho.” 
CAUSA: 
CONSEQUÊNCIA: 
b. “Como querem vender a revista, os senhores estão fazendo apologia à pre­guiça, e sendo profundamente irresponsáveis quanto à educação em saúde do cidadão. Estão vendendo doença.” 
CAUSA: 
CONSEQUÊNCIA: 
c. Como foi dado início às obras do programa Porto Maravilha, que visam à recuperação da zona portuária do Rio de Janeiro, aumentou o reforço no esquema especial de tráfego na região. 
CAUSA: 
CONSEQUÊNCIA: 
d. Visto que um acidente retirou os sinais da esquina das ruas Barão da Torre e Henrique Dumont, em Ipanema, a qual já faltava sinalização horizontal nas vias e um agente de trânsito, houve aumento das colisões no local. 
CAUSA: 
CONSEQUÊNCIA: 
e. Hoje um time de fubebol é um negócio tão rentável que não pode ser con­fundido com um clube social recreativo. 
CAUSA: 
CONSEQUÊNCIA: 

E agora? Já se sente preparado(a) para reconhecer relações de causa e consequência em um texto? Consegue idetificar as conjunções no contexto em que elas aparecem, apreendendo seu sentido? As duas questões objetivas a seguir são um bom recurso para você testar o que aprendeu.

QUESTÃO 1
Leia o texto a seguir:
O valor das férias para a formação cultural dos alunos
Há quem defenda que as férias – “certo número de dias consecutivos desti­nados ao descanso”, como define o dicionário Aurélio – não têm nenhum impacto na aprendizagem. É um equívoco. O tempo dedicado ao ócio, como indicam muitos estu­dos, é parte integrante do que se entende, hoje em dia, por Educação. Como explica o pesquisador espanhol Javier Melgarejo Draper, um sistema educativo é composto de três subsistemas. Dois são bem conhecidos: o escolar e o familiar. O terceiro deles, o  sociocultural, é mais difuso. Compõe-se dos recursos culturais que podem ter alguma finalidade na formação individual: bibliotecas, cinemas, museus, corais, centros espor­tivos, teatros, televisão, associações e grupos de amigos. 
[...] Entretanto, em países marcados pela desigualdade, a cultura tende a ser considerada um artigo de luxo. No Brasil, uma pesquisa da consultoria J. Leiva Cultura & Esporte, realizada na capital paulista em parceria com o Datafolha e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), indica que 40% dos entrevistados não costumam ir ao cinema, 60% não vão a teatros e 61% não frequentam museus. Nos Estados Unidos, onde a diferença entre ricos e pobres tem aumentado nas últimas décadas, começa a ganhar corpo uma tese polêmica: como os alunos pobres não têm possibilidade de aprender muito duran­te as férias, que tal reduzi-las – ou mesmo eliminá-las? 
MARTINS, Ana Rita; RATIER, Rodrigo. Nova Escola, dezembro de 2010. Fragmento. 
No Texto 1, em “como os alunos pobres não têm possibilidade de aprender muito durante as férias...”, a conjunção destacada expressa ideia de 
a. causa. 
b. comparação. 
c. conformidade. 
d. condição. 

QUESTÃO 2 
Leia o texto a seguir: 
Guará 
Somos muito ligados aos assuntos da natureza e temos como passatempo sair pelos lugares em que ainda se pode ver e fotografar pássaros, flores, paisagens etc. Depois de alguns passeios e fotos, resolvemos fazer um pequeno blog onde podemos expor aos amigos um pouco de nossas experiências naturais. Para a abertura, esco­lhemos aquele que mais nos chamou a atenção pela beleza: o guará. Compartilhamos momentos tão únicos quanto a bela reportagem da revista (“Avermelhou o mangue­zal”, edição nº 80). Deixamos aqui nosso endereço e o link caso queiram compartilhar estas experiências: www.foconanatureza.com. Nossa proposta é mostrar que existem roteiros tão bons fora dos centros urbanos e dedicados totalmente à natureza que vale a pena uma viagem. 
RODRIGUES, Públio; BOTACINI, Silvia M. Terra da gente, fevereiro de 2011. Fragmento. (P091001RJ _SUP)
Nesse texto, a conjunção destacada em “existem roteiros tão bons fora dos centros urbanos e dedicados totalmente à natureza que vale a pena fazer uma viagem” expressa ideia de:
a. causa.
b. consequência.
c. explicação.
d. tempo.